Casa da Caridade Ruy Barbosa

Breve História 

A primeira Casa da Caridade nasceu na Itália, na paróquia de Fontanaluccia, Diocese de Reggio Emilia, no dia 28 de setembro de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. O pároco era o jovem padre Mário Prandi, chegado em 1938. Fontanaluccia era um povoado bastante grande, na montanha, naquela época precisavam mais que 4 horas de carro para chegar aí da cidade de Reggio Emilia. A situação era de grande pobreza e havia muitos casos de pessoas com deficiência. Começando a guerra, os homens foram embora como soldados, e as mulheres ficaram no povoado com a casa, o trabalho nos campos, os filhos etc… Era preciso achar um jeito para cuidar das pessoas deficientes. Padre Mário com os paroquianos pensaram como fazer e seguindo o conselho de um amigo médico decidiram acolhê-los na paróquia, para não mandá-los longe em outras realidades e não ter a possibilidade de ir visitá-los. Assim se abriu a primeira Casa da Caridade, com as primeiras 4 hóspedes e os cristãos da paróquia que se disponibilizaram para passar um pouco de tempo na Casa e para trazer o necessário. No ano seguinte algumas das voluntárias se tornaram as primeiras Carmelitas Menores da Caridade. A vida da Casa era a vida da paróquia, e a Casa era parte muito importante da vida da paróquia. A visão de Padre Mário, antecipando o Concílio Vaticano II era a da Igreja Povo de Deus. No ano de 1947, depois que a guerra terminou, se abriu a segunda Casa num outro povoado bem pobre da mesma Diocese, e em seguida nasceram outras Casas em outras paróquias. No ano de 1972 alguns jovens voluntários se tornaram os primeiros Irmãos da Caridade com a profissão dos votos. Depois do Concílio Vaticano II se iniciou também a expansão missionária das Casas da Caridade, junto com as missões diocesanas da Diocese de Reggio Emilia. No ano de 1967 partiu uma equipe missionária para o Madagascar, e dois anos depois se abriu a primeira Casa naquele País. No ano de 1980 foi a vez da Índia, depois em 1996 aqui no Brasil, e em 2012 na Albânia.

Quatro características da Casa da Caridade são:

– a diocesaneidade, ou seja a forte ligação com a Igreja local, que padre Mário sempre quis; – viver um estilo de família, com os hóspedes e todos os que participam da vida da Casa; – a sacralidade, porque Jesus está presente nos pobres, como na Palavra e na Eucaristia; – a gratuidade que Jesus nos ensina no Evangelho no serviço aos nossos irmãos necessitados.

Espiritualidade 

“As Casas da Caridade, Casas Eucarísticas, expressão e instrumento da caridade do Bispo (João.13,1-20), são na paróquia o Sacrário de Jesus presente nos Pobres e realização da “missa contínua” no encontro de Jesus na Palavra, na Eucaristia e nos Pobres”. (Constituições da Congregação Mariana das Casas da Caridade, art. 3.1) O símbolo das Casas da Caridade é o dos Três pães, ou três Mesas: Três Pães num único cesto: o Pão da Palavra de Deus, o da Eucaristia, o dos Pobres. Como falava Padre Mário: “é sempre Cristo que nos faz o imenso prazer de vir ao nosso encontro”, cada vez que escutamos a Palavra de Deus, ou que celebramos a Eucaristia ou que encontramos e servimos os pobres, os pequenos. A vida da Casa da Caridade se torna então uma Missa Contínua.  

A Congregação Mariana das Casas da Caridade 

No ano de 1956, para dar uma configuração jurídica à Família que estava se engrandecendo, nasceu a Congregação Mariana das Casas da Caridade, que é uma Associação de Fiéis.  “Os membros da Congregação Mariana das Casas da Caridade “árvore” são divididos em “ramos”  cada um segundo o chamado a seguir Cristo. Cada ramo tendo também uma própria autonomia, um próprio governo e estatuto, compartilha o mesmo espírito e fins da Congregação toda. Os ramos na espera que o Senhor faça brotar outros, são:
  • Os Cooperantes, pessoas que voluntariamente participam em qualquer maneira do espírito e da vida da Casa da Caridade; e os Auxiliares, que são educados aos espíritos da Casa da Caridade, são chamados a viver de maneira responsável e gratuita este dom. Confirmação deste chamado è a entrega da “cruz” feita pelo Bispo da Diocese;
  • Os Casais, quer dizer Congregados Marianos que enriquecem o matrimônio deles vivendo o espírito da Casa da Caridade;
  • Os Seculares (ou Leigos Consagrados), quer dizer Congregados Marianos que vivendo no mundo tendem à perfeição da Caridade, mediante os três votos privados de castidade, pobreza e obediência;
  • As Carmelitas Menores da Caridade, quer dizer Congregadas Marianas que “se dão totalmente a Deus amado acima de tudo” mediante os votos privados de castidade, pobreza e obediência, nas mãos do Bispo, segundo os próprios estatutos.
  • Os Irmãos da Caridade, leigos ou clérigos, quer dizer Congregados Marianos que “seguem Cristo mais de perto” mediante os votos privados de castidade, pobreza e obediência, nas mãos do Bispo, segundo os próprios estatutos. […]”   (Constituições, art. 7)
  Os Congregados Marianos, cada um com sua própria vocação, são chamados a viver e espalhar em todos os lugares a Civilização do Amor pela espiritualidade das três Mesas.

Casa da Caridade de Ruy Barbosa

A Casa da Caridade de Ruy Barbosa se abriu no ano de 1996. Mas já estava há anos no coração de alguém! Na década de ’80 foi dom Mathias que pediu ao Bispo da Diocese de Reggio Emilia a Casa da Caridade, porque padre Giacomo, da Diocese de Reggio Emilia, missionário aqui e pároco da paróquia de Baixa Grande, desejava tê-la na sua paróquia. Ele, voltando à Itália de férias, pediu ao padre Mário. Temos até um mapa que padre Mário fez pensando na Casa da Caridade no Brasil. (em anexo). Ele colocou as cidades onde estavam os padres de Reggio Emilia, as distâncias, a possível colocação da Casa, os padres que concordavam e os que estavam em dúvida, e concluiu escrevendo que precisava rezar muito! A equipe de missionários para abrir a Casa só chegou em 1995, quando já o Bispo era dom André. Na espera que fosse construída a Casa onde está atualmente, se começou perto da Catedral.  A inauguração da Casa foi no dia 14 de abril de 1996, segundo Domingo de Páscoa. Nestes anos de história muitas pessoas passaram daqui: muitos hóspedes, os tesouros da Casa, várias Irmãs e Irmãos da Caridade se revezaram, muitas pessoas conheceram, visitaram, muitos voluntários passaram, várias moças fizeram um tempo de experiência e de discernimento. Agora em Casa há 14 hóspedes, de idades e condições bem variadas. A maioria deles precisa de ajuda pelas mais simples ações cotidianas, como tomar banho, se vestir ou se alimentar. Mas o que marca muito é a alegria deles. É uma família bem variegada! Presença fixa em Casa é o pe. Luís, Irmão da Caridade e pároco de Lajedinho, e as Irmãs: ir. Madalena e ir. Joseane, que vêm do Madagascar, ir. Manuela e ir. Alessandra que vêm da Itália. A responsável da Casa, junto com o pároco pe. Antônio, é ir. Manuela. Em Casa estão também alguns jovens: algumas moças já estavam morando aqui, fazendo uma caminhada ou uma experiência (a “leva”) de discernimento vocacional, outros jovens deram a disponibilidade para morar um tempo, um mês ou mais neste tempo de pandemia, para ajudar e garantir o cuidado dos meninos, e também para fazer uma experiência de família e de serviço. Agradecemos a Deus por esta Casa! Agradecemos pelos anos de episcopado de dom André, que acompanharam até este ano a vida da Casa da Caridade e agradecemos pela vinda de dom Estevam e do carinho que ele tem para esta realidade e em particular para os nossos meninos!
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