O Novo Altar da Catedral de Ruy Barbosa: Dom Estevam celebrou a dedicação do novo altar e a bênção dos elementos sagrados da Catedral

Na noite de 10 de junho, Dia da Dedicação da Catedral de Santo Antônio, na Diocese de Ruy Barbosa, o bispo diocesano, Dom Estevam, presidiu a solene dedicação do novo altar e a bênção dos elementos sagrados da Catedral. A cerimônia aconteceu durante os festejos do padroeiro, Santo Antônio, que ocorrem de 31 de maio a 13 de junho na cidade de Ruy Barbosa. A Catedral de Santo Antônio, que passou por uma reforma significativa, teve suas estruturas, beleza e sacralidade revitalizadas.

Em sua homilia, o bispo destacou que o novo altar é o ponto central da celebração, simbolizando o encontro com Deus. Ele ecoa a tradição bíblica dos patriarcas e a entrega de Jesus na Última Ceia e na Cruz, sendo tanto a mesa do banquete eucarístico quanto o altar do sacrifício, ungido para pertencer inteiramente a Cristo. Dom Estevam lembrou ainda que o altar é um lugar de união e inspiração para as mesas domésticas, onde a partilha e a oração santificam o ambiente.

O bispo também fez questão de expressar sua gratidão e memória a todos os seus antecessores que dedicaram esforços à construção e ao serviço da Catedral, reconhecendo os legados deixados por cada um.

Para concluir, Dom Estevam afirmou que a dedicação se alinha ao “Jubileu da Esperança”, ressaltando que o altar é o ponto de partida para a missão evangelizadora. Ele enfatizou que o altar representa a esperança, a cátedra a comunhão, a pia a vida, o ambão a luz, e a Catedral o coração vivo da diocese, invocando a consagração do Espírito Santo sobre o espaço, o altar e cada coração presente.

 

HOMILIA – DEDICAÇÃO DO NOVO ALTAR E BÊNÇÃOS LITÚRGICAS DA NOVA CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO – 10 de junho 2025. Ruy Barbosa – Jubileu da Esperança

Leituras: Ne 8,2-10 | 1Cor 3,9-11.16-17 | Mt 16,13-19

 

Estimados irmãos e irmãs, amado clero, religiosas, povo santo de Deus,

Neste dia consagrado ao Senhor, nos reunimos com grande alegria para viver um rito que une céu e terra: a dedicação do novo altar da nossa Catedral de Santo Antônio. Altar que, como nos ensina a tradição bíblica, sempre foi sinal do encontro com Deus.

  1. O altar: centro do sacrifício e da comunhão

Desde os tempos dos patriarcas — Abraão, Isaac, Jacó — vemos que, ao fazerem experiência com o Deus vivo, erguiam um altar. Era um gesto de fé, um lugar de aliança, onde se imolavam os sacrifícios, onde se proclamava: “aqui o Senhor se manifestou”.

Jesus, o Cordeiro definitivo, também escolheu um altar. Na mesa alta da Última Ceia, entregou-nos o seu Corpo e Sangue. Daquela mesa até a cruz, tudo estava unido: a Ceia e o Calvário são uma só entrega. O altar cristão é, portanto, ao mesmo tempo mesa do banquete e altar do sacrifício. Por isso, ele ocupa o centro de nossa Catedral, e será hoje ungido com o santo Crisma, como sinal de que pertence inteiramente a Cristo.

Ao redor do altar nos reunimos, como família. Aqui, ouvimos: “Tomai e comei, isto é o meu corpo…” Aqui, somos educados no amor, como Jesus educou os seus. Aqui se aprende a partilhar. E é bom lembrar: em nossas casas, a mesa da cozinha é também um altar doméstico — sagrado, quando há respeito, partilha e oração. Esta mesa central da igreja deve inspirar nossas mesas familiares.

  1. A Palavra que edifica: bênção do novo ambão

primeira leitura, do livro de Neemias, se encaixa providencialmente com outro gesto desta celebração: a bênção do novo ambão da Palavra. No tempo de Neemias, o povo se reuniu, ouviu a Lei de Deus e respondeu com um “Amém” profundo. A Palavra emocionava, curava, educava. O ambão é o lugar elevado de onde Deus nos fala hoje.

Que este novo ambão seja sempre a tribuna da verdade, onde a voz de Deus não seja abafada por interesses humanos. Como diz Santo Agostinho: “Quando se lê o Evangelho, é o próprio Cristo que fala.”

  1. A pia batismal: fonte da vida nova

Também hoje será abençoada a nova pia batismal, fonte de onde brota a vida cristã. Aqui, renascerão crianças e adultos para Deus. Deste lugar, jorrará a água viva que nos faz filhos da Igreja. Lembremos que cada sacramento que celebramos neste altar começa espiritualmente ali, na pia batismal, onde somos mergulhados na morte e ressurreição de Cristo.

Ela nos recorda: não somos cristãos apenas por tradição, mas por graça, por renascimento. E todo batizado é chamado a viver com dignidade e zelo, como templo do Espírito Santo.

  1. A Igreja viva e o templo espiritual

segunda leitura, da carta de São Paulo aos Coríntios, nos recorda: “Vós sois santuário de Deus… e o Espírito de Deus habita em vós.” Ao dedicar este altar, esta pia batismal, este ambão, recordamos que o verdadeiro altar de Deus é o nosso coração. Somos pedras vivas. E como diz o Apóstolo: ninguém pode colocar outro alicerce além de Cristo.

Este templo material será sinal visível do templo espiritual que somos todos nós. Que a beleza do espaço nos leve à beleza da vida. Que este altar novo nos lembre de renovar o altar interior.

  1. A Cátedra Episcopal: coração da diocese

E esta igreja agora renovada, esta Catedral, não recebe este nome por ser a mais bonita ou antiga, mas por conter a cátedra, a cadeira do bispo, sucessor dos Apóstolos. Deste lugar, o bispo ensina, celebra e governa em nome de Cristo. A cátedra simboliza a missão de apascentar o rebanho, de guardar a fé e de confirmar os irmãos.

Por isso, esta é a igreja-mãe de toda a Diocese de Ruy Barbosa. É daqui que irradiam as orientações, as bênçãos e os envios. Aqui, o rebanho se une ao seu pastor. Aqui, a Igreja diocesana se reconhece unida em comunhão.

A cátedra está ligada à Palavra. Está ao lado do altar. Está ao serviço do povo. A autoridade do bispo não é de domínio, mas de serviço. Como disse o papa Leão XIV no dia que foi eleito citando  Santo Agostinho: “Sou bispo para vós, cristão convosco.”

  1. O altar da fé: profissão de Pedro e missão da Igreja

Evangelho de hoje nos recorda a rocha sobre a qual tudo se sustenta. Pedro, iluminado pelo Pai, confessa: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.” Essa é a fé da Igreja. Essa é a fé que celebramos neste altar.

Jesus responde: “Sobre esta pedra construirei a minha Igreja.” Que cada fiel que aqui entrar, ao contemplar este altar, esta cátedra, esta pia, este ambão, deseje renovar essa mesma fé, professada por Pedro e pelos Apóstolos.

  1. Memória, gratidão e esperança

Hoje é também dia de memória. Agradecemos a Deus por todos os que construíram, mantiveram, serviram e se sacrificaram por esta Catedral. Muitos deles já estão na eternidade. Lembremos as palavras do Apocalipse: “Ao vencedor não apagarei o seu nome do Livro da Vida.” O Senhor saberá recompensar aqueles que deram de si o melhor. Pronuncio com amor, veneração e gratidão os nomes dos bispos:

1- Dom Epaminondas José de Araújo

Bispo fundador da Diocese de Ruy Barbosa – Nomeado em 1959, transferido para Anápolis (GO) em 1966.

 

2- Dom José Adelino Dantas – Segundo bispo diocesano – Nomeado em 1967, renunciou em 1975.

3- Dom Mathias William Schmidt – Terceiro bispo diocesano – Nomeado em 1976, Faleceu em 1992 rezando o terço na praça, durante as Santas Missões na cidade de Utinga. Seus restos mortais foram trasladados para a cripta dos bispos na Catedral em 2025.

4- Dom André de Witte – Quarto bispo diocesano – Nomeado em 1994 Aposentou-se em 12 de julho  em 2020. Faleceu na Festa do Bom Pastor ( 25/04/2021 ( Dom André foi quem presidiu a Dedicação desta Catedral e sempre fazia questão de celebrar todo dia 10 de junho).

Recordamos ainda os santos que nos precederam, e de modo especial Maria, Mãe da Igreja, que nos ensina a estar sempre próximos do altar de seu Filho. Maria, que experimentou por duas vezes a força do Espírito Santo — na Anunciação e em Pentecostes — nos ajude a viver como fiéis templos do Senhor.

  1. Conclusão: altar de esperança, Igreja em saída

Esta dedicação se dá no coração do Jubileu da Esperança. O altar é o ponto de partida. É daqui que partem os missionários. É daqui que o povo se alimenta para evangelizar. Como nos recordou  o saudoso Papa Francisco e já tantas vezes legitimada pelo Papa Leão XIV: “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo.”

Sim, irmãos: este altar é altar de esperança. Esta cátedra é sinal de comunhão. Esta pia é nascente de vida. Este ambão é fonte de luz. E esta Catedral é o coração vivo da nossa diocese.

Que o Espírito Santo consagre, hoje e sempre, esta casa, este altar e cada coração aqui presente.

Amém.

Dom Estevam dos santos Silva Filho.

Bispo Diocesano.

 

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