“Faça-se em mim segundo a sua palavra”(Lucas 1,38)
A Celebração Eucarística com Rito de Ordenação Diaconal onde pela oração da Igreja e imposição das mãos o V. Ex.ª Revma Dom Estevam dos Santos Silva Filho, ordenou o Diácono Augusto Mércio Machado para a Diocese de Ruy Barbosa, aconteceu no último sábado, dia 21 de dezembro, na Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, na cidade de Pintadas e reuniu familiares, amigos e paroquianos.
A homilia do bispo diocesano, Dom Estevam, transmitiu todo significado deste grande passo na vida vocacional do Diácono Augusto Mércio confira:
Amados irmãos e irmãs,
Hoje, estamos reunidos para celebrar um momento de grande graça na vida da nossa Diocese de Ruy Barbosa: a ordenação diaconal de Augusto Mércio Machado. Uma saudação e agradecimento especial a família de Mércio, mãe, Tatiana, avó Elizabeth aqui presente. Este é um momento de oração, de consagração e de envio, marcado pelo compromisso de viver o ministério diaconal com fé, esperança, e, especialmente, com caridade. Augusto escolheu como lema para o seu diaconato a frase: “Faça-se em mim segundo a sua palavra” (Lucas 1,38). Este lema é um reflexo de sua entrega total a Deus, tal como Maria, que, com humildade e confiança, aceitou ser a Mãe do Salvador.
O Diaconato é um ministério específico na Igreja, e a doutrina da Igreja nos ensina muito sobre a beleza e profundidade deste chamado. Como nos ensina o Pontifical Romano, o diácono é um “ministro da caridade”, um servidor do povo de Deus, especialmente na promoção do serviço aos mais necessitados. Ele é um “colaborador do bispo e do presbítero”, chamado a anunciar a Palavra, a celebrar os sacramentos e a ser um sinal de Cristo Servo para todos. O diácono, portanto, não é apenas um assistente, mas um servidor autêntico, com uma missão vital na vida da Igreja.
Gostaria de refletir o diaconato à luz das virtudes teologais que é a Fé, Esperança e a Caridade, propício à reflexão quando o Papa em Roma e nós aqui estamos por iniciar o Jubileu da Esperança.
Primeiro sobre a Fé:
- A Virtude da Fé – “Faça-se em mim segundo a sua palavra”
A fé é a primeira virtude que sustenta todo o ministério cristão. No Catecismo da Igreja Católica, aprendemos que “a fé é a adesão pessoal à verdade revelada” (CIC 150). Para o diácono, a fé não é uma crença abstrata, mas uma vivência concreta e radical, que transforma a vida e o serviço. O diácono, como ministro da Palavra e da Eucaristia, deve viver de acordo com a fé que professamos, confiando totalmente na promessa de Deus e servindo ao Seu povo com coração puro e generoso.
Quando Augusto escolhe como lema “Faça-se em mim segundo a sua palavra”, ele faz uma profissão de fé em Cristo. Ele aceita o convite de Deus para viver o mistério da sua salvação, e se coloca como Maria, pronta para viver conforme a palavra do Senhor. Essa fé exige confiança total, especialmente nas dificuldades e no sofrimento, e é sustentada pela graça de Deus.
- A Virtude da Esperança – O Jubileu da Esperança
A esperança é a virtude que nos leva a olhar para o futuro com confiança nas promessas de Deus. O Papa Francisco, ao convocar o Jubileu da Esperança, nos lembra que a esperança é “a âncora da nossa vida”, que nos mantém firmes em Cristo, especialmente em tempos de tribulação. A esperança nos dá a força para olhar além das dificuldades do momento presente e confiar que Deus está sempre ao nosso lado, guiando-nos para a realização do Seu plano.
O diácono, ao abraçar sua vocação, vive em um constante “sim” à esperança cristã. Em suas ações diárias, ele deve ser um mensageiro de esperança para os outros, anunciando o Evangelho e oferecendo a todos o consolo e a salvação que vêm de Cristo. Ao “fazer-se segundo a palavra de Deus”, ele se coloca como um servidor da esperança que Cristo nos oferece, transmitindo sempre que “a esperança que nunca decepciona”.
- A Virtude da Caridade – A Beleza do Diaconato
A caridade é a virtude central do diaconato. No Pontifical Romano, o diácono é descrito como aquele que, com humildade e generosidade, se coloca a serviço da Igreja, sendo um “ministro da caridade”. A caridade do diácono é a expressão mais pura do amor de Deus no mundo. Como ministro, o diácono deve ser um instrumento de Cristo, especialmente no cuidado pelos mais pobres e necessitados.
A caridade no diaconato não é apenas um ato de generosidade, mas um compromisso radical de servir o próximo, como Cristo serviu. O diácono, ao escolher este caminho, abraça uma vocação que vai além do simples serviço, mas que é uma resposta ao amor de Cristo, que se doou totalmente por nós. Ele vive a beleza da doação, da entrega incondicional, especialmente quando é chamado a viver o celibato.
A Vocação Celibatária do Diácono
É importante destacar também que o celibato, abraçado pelo diácono, é um sinal de total disponibilidade para o serviço de Deus e do povo de Deus. O celibato não é uma renúncia, mas um dom que permite ao diácono viver de forma mais plena sua vocação de serviço, livre para se dedicar inteiramente à obra do Reino. A Igreja ensina que o celibato é uma escolha que reflete o amor de Cristo, que se doou sem reservas à humanidade. É um modo de viver o mistério do amor de Deus, sem se deixar distrair por outras preocupações.
Neste sentido, o celibato é um “sinal escatológico”, ou seja, ele aponta para a realidade do Reino de Deus, que será vivido plenamente na eternidade, onde não haverá mais casamento, mas onde todos seremos “um só coração e uma só alma” com Cristo. O diácono, ao abraçar o celibato, vive esse ideal de entrega e pureza de coração, colocando-se como sinal da total dedicação a Deus e ao Seu povo.
Conclusão
Querido Augusto, neste dia de sua ordenação, você se coloca diante de Deus com o lema “Faça-se em mim segundo a sua palavra”. Que sua fé, esperança e caridade sejam as virtudes que guiarão seu ministério. Que você, ao servir como diácono em vista do sacerdócio, seja um sinal de Cristo no mundo, um homem de fé inabalável, de esperança viva, e de caridade generosa, que jamais se esqueça dos sábios ensinamentos do Apóstolo Paulo: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade.”
Que Maria, a Serva do Senhor, Nossa Senhora da Conceição que lhe trouxe até aqui, interceda por você neste novo caminho, e que com sua vida de entrega, seja sempre fiel ao chamado que Deus lhe fez, com generosidade, alegria e amor.
Amém.
Dom Estevam dos Santos Silva Filho
Bispo Diocese de Ruy Barbosa




















































